O mito de Prometeu

    Naqueles tempos, os seres humanos viviam em buracos nas montanhas, alimentavam-se da carne crua de animais e morriam em grande número durante os frios do inverno. E, quando chegava a escura noite, sem estrelas no céu, tremiam de medo, envoltos nas trevas.
     Prometeu era um titã bom e generoso. Sentia o coração angustiar-se com a infelicidade dos humanos, cuja vida era semelhante à dos animais, e resolveu ajudá-los.
     Prometeu, sendo um imortal, conseguiu infiltrar-se no Olimpo, onde ardia o fogo divino, e nele acendeu uma tocha. Com o produto desse roubo — o fogo — precipitou-se pela encosta da montanha, aproximou-se dos homens, que o esperavam ansiosamente, e deu-lhes o lume.
     O presente de Prometeu mudou a vida humana para sempre. Os homens construíram casas, forjaram armas, comeram carnes assadas, aqueceram-se durante os invernos gelados e iluminaram as noites.
     Zeus, ao descobrir o furto, ficou furioso. O Olimpo resolveu punir severamente Prometeu e os homens. Prometeu foi acorrentado a uma pedra e condenado a ter seu fígado devorado — eternamente, pois ele era um imortal — por uma águia. Para os homens, como castigo, Zeus enviou Pandora com sua terrível caixinha de maldades (mas isto é uma outra história...).
     Posteriormente, Hércules, o famoso semideus, viria a salvar Prometeu, matando a águia e arrebentando as correntes. Hércules fez das correntes um anel e da rocha a pedra do anel, sem quebrar assim a promessa de manter Prometeu sempre preso à rocha.

Adaptado de: O livro dos nossos filhos: Enciclopédia para adolescentes. Rio de Janeiro: Editora Alfa, 1959. v. 1. p. 9.