os morcegos se assanham.
Abrem as asas pretas,
e na chuva se banham.
Passam em voos rasantes
raspando por nossas cabeças.
Alguns se agitam e dançam,
outros voam com pressa.
Mas quando a chuva para
— zapt, zupt —, a asa se fecha,
e eles dormem recolhidos
atrás da porta, numa brecha.
Alguns pobres coitados
acabam esquecidos.
Ficam tristes e pendurados
entre achados e perdidos.
FERRAZ, Heitor. Bichos da cidade. São Paulo: SM. (Inédito.)